quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Lua


Lua

será que te posso culpar?
será que consigo não gostar de ti?

já te invejei. porque não agora declarar-te guerra e ser tua inimiga?

está tudo tão confuso... mas tudo começou contigo. e agora?

como é que vou olhar pra ti e encher o peito de ar com vontade de viver se me trazes tudo à memória e essas memórias me fazem doer a alma?
me fazem doer a alma por não serem mais do que isso "memórias"
me fazem doer a alma por tudo o que se perdeu com a noite mágica
me fazem doer a alma por tudo o que não começou com a noite mágica

porque é que foste tão boa madrinha?
porque é que não és a minha madrinha?

por tua culpa uma chamada, tanto quanto sei, inocente
por tua culpa se fez poesia
por tua culpa um beijo doce
por tua culpa se fez o amor mais belo
por tua culpa não consigo ouvir "what a wonderful world"
por tua culpa apaguei todas as velas

tu fizeste luz e assim foi descoberto o atalho tão escondido que levava ao meu coração
tu fizeste luz e o mais profundo de mim iluminou-se de sonhos de adolescente
tu...
tu fizeste luz

vaidosa, convencida...
e nós que éramos tão amigas...

diga-me. diga-me o que fazer porque caso contrario tudo farei para te descambar daí, desse teu pedestal
dê-me a solução para a confusão, pela paixão, pela dor que agora me tomam
fale, não te armes em muda ou contrato uns thugs para te apagarem e nunca mais brilhares

ah lua, porquê eu?
porquê o teu afilhado?

porque não outras pessoas quaisquer?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Teu Bem - Meu Mal

Dois corpos
Uma cama
Um amor
Uma amizade
Um desejo
Um carinho
Sou abraçado
Com meiguice
Um abraço de desejo
Sou beijado
Um beijo teu
Carinhosamente teu
Toques
Toques teus
No meu seio
Na minha pele
No mais íntimo de mim
Toques teus
E um coração acelera
Teu coração
E uma respiração ofega
Tua respiração
Sinto a sede de amor
Tua sede
E sou possuído
Envolvido nessa sede, nesse querer
E sou violentado com carinho,
Toques, beijos, olhares de prazer
Violentado com carinho
E involuntariamente me fundo a outro corpo
E dói, dor do corpo, dor da alma
Cada movimento me tortura
Mas subjugo-me
É amor
É carinho
E sente o prazer chegar
Teu
E sinto-me aliviado
Aproxima-se o fim
E ainda que por motivos diferentes finalmente o sentimento é recíproco
Alívio

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

e...

E quando os toques cessarem?
Será o inicio do fim anunciado?
E quando as mensagens deixarem de ser escritas?
Será o início do fim anunciado?
E quando as chamadas se calarem?
Será o início do fim anunciado?
E quando não sentirmos mais saudades?
Será o fim?
E quando nos interessarmos por alguém?
Será o fim?
E quando tudo passar?
Será que vamos saber que passou?

Para ter fim é preciso começar, será que começamos?
O quê? Estou perdida.
Achas que confundi as coisas?

E agora o que é?
Princípio?
Meio?
Início do fim?
The End?

Me iludo tentando esfriar a dor divagando por entre possibilidades que se desintegrarão muito em breve.
Me iludo acreditando na cegueira do racional de mim que não consegue ver o "nós" no futuro.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

saudades do futuro - do Momentos

ontem fazendo a habitual ronda pelos blogs li um poema lindo no Momento
me vi completamente retratada, me vi ridiculously nude
me espanta sempre a forma como, pessoas completamente distintas, que nunca se cruzaram pelas ruas desta vida, que não possuem a mesma história, nunca tomaram conhecimento da existência particular um do outro, se sentem de forma tão igual
é... sentimentos, todos eles, são realmente inerentes a existência humana, isso me faz ficar ainda mais convencida de que todas as almas sentem as mesmas dores não interessa onde, como, quando e porquê

aqui vai, poema de Florbela Espanca

"O meu mundo não é como o dos outros,
Quero demais, exijo demais,
Há em mim uma sede de infinito,
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo,
Pois estou longe de ser uma pessimista;
Sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... Sei lá de quê"

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mãos Dadas

Mais uma vez Mãos Dadas me levará até a terrinha do meu coração no próximo fim de semana.
Vou lá ver como é que a cozinha da escola do Tcham ficou depois da reforma. Reforma conseguida com o apoio da Spencer Construções e Imobiliária. Trarei fotos para postar.
UM ABRIGADO ESPECIAL AO SPENCER CONSTRUÇÕES E IMOBILIÁRIA
A ideia de voltar a Cób d'Rbêra vem sempre acompanhada de um calorzinho gostoso no coração. Ainda que sejam estadias curtas como a que será no próximo fim de semana (vou no sábado e volto no domingo - quem já esteve lá sabe a canseira que é a viagem, primeiro de barco e seguida de 2 horas de carro).
Vou estar perto da minha mana que neste momento está com uma necessidade acrescida de mimos.
- Maninha a vida é bela embora existam momentos em que pensamos que tudo se perdeu. São esses momentos que mais tarde nos revelam a verdadeira beleza e sentido da vida. Depois de uma tempestade vem sempre bonança, acredite, ela está muito próximo para todos nós.
Amo-te muito minha maninha brankela.
Rever e reviver SP é sempre um prazer. Adoro-te.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

caos

The skies are falling down on my head
The oceans are drowning me
The sun is burning me inside out
The air is suffocating me
The moon no longer exists
The stars are no more there to light my way

Only the darkness is there,
The heat in my skin and body,
The water in my lungs kicking out all the air,
The pain

VIDA

uma vez ou outra existem momentos que nos fazem acreditar que a vida é bela
A VIDA É BELA

terça-feira, 9 de setembro de 2008

escrita

será que tens noção do estrago que fizeste com as barbaridades que escreveste??
será que tens noção das ideias que colocaste em forma escrita??
será que em algum momento pensaste na responsabilidade que é escrever??

terás pensado que um documento escrito é uma prova que pode ser apresentada em tribunal??
terás pensado que talvez essas coisas deveriam ser faladas oralmente e não escritas??

não creio.
afinal, tu próprio assumes a "não agressividade".

dusculpa a franqueza mas, acho que nem tu sabes o que escreveste, nem tens a mais pálida ideia do poder das palavras.
mas tens perdão, afinal não estás habituado a lidar com palavras, não é??

como contador de histórias, na minha modesta opinião, não tens futuro.
ainda bem que não apostas as tuas fichas neste ramo (da escrita).
seria um desastre.
morrerias à fome, tu e todos que de ti dependessem.

balanço - uma mensagem de amor

"coração, um tem por mim kum tava cum gzinha de med de mar de canal, ma jam txga conclusão ke bô te pom num balónce sabe, um te dá uns sorrise mi sô conde um te pensa na bô, bô manera,..., um creb tcheu."
É... calmaria a todo o tempo não dá... há que haver algum balanço, que nem o que faz no nosso tão próximo e famoso "mar do canal".

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

dividida

quero estar ao sol, na praia
mas quero estar por entre as montanhas vendo e sentindo o cheiro a verde

quero me vestir de rosa
mas quero sentir a leveza do meu vestido branco em mim

quero beber água
mas quero apreciar o cheiro e o gosto de um bom vinho tinto

quero estar em casa
mas quero passear pelas ruas sem direcção

quero dormir
mas quero estar acordada para ver Criminal Minds e CSI

quero andar nas nuvens
mas quero sentir o chão firme por debaixo dos meus pés

quero me enfeitar com ouro
mas quero usar o meu colar de prata

quero cortar os cabelos
mas quero vê-los e senti-los compridos ao vento

quero dançar um house
mas quero ouvir a Nina Simone

o que fazer quando os nossos sentimentos nos pregam essas partidas?
o que fazer quando dentro de nós sentimos que desejamos pedras e garrafas?
porque é que elas não jogam??????

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

strange days

há dias assim, estranhos
dias em que o humor nem está bem, nem está mal
dias mornos, nem frios, nem quentes
dias estranhos, apenas estranhos
hoje foi one of those days

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

o último dia

e no último dia foram lágrimas
à mistura foram sorrisos e gargalhadas

no ultimo dia houve pleno à vontade
houve também silêncio
houve dor
houve amor e muito amar

ultimo dia para o primeiro dia da nova fase

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rain at Home

A Any e assim mesmo, fica atrás das objectivas...



no comments


depois ficamos deslumbrados com as paisagens das telenovelas brasileiras...


O panorama da janela do meu quarto


as senhoras ja aproveitando azaguas



simplesmente maravilhoso




Cheguei em casa na sexta feira e nada indicava que se avizinhava um temporal mas a noitinha começou a chuviscar e noite dentro houve chuva, relâmpagos, trovoes e tudo e mais...

No sábado o céu amanheceu preto e com muito vento, agora os sinais eram claros, especialmente para os mais velhos. Estava claro que viria uma chuvada daquelas e ela caiu todo o dia e todo a noite de sábado. Já na manha de sábado tudo indicava que rbera tava ta ba crre e el cre ainda na primeira metade da manha e ao longo do dia foi engrossando.

Correu mesmo, com todas as suas forcas, carregando tudo o que encontrava pelo caminho e isolou Paul. As obras das pontes pioraram tudo. O acesso não passava de Pcent.

Era um salto a casa de fim de semana mas por forca da natureza continuo ca.

Gostoso demais ouvir a chuva cair la fora e estar em casa quentinha, embrulhada em mantas e mantinhas bebendo o chanzinha quente de Nha Madrinha. Mas ao mesmo tempo preocupante com tudo o que e destruído, casas, vias, estradas, desabamento de rochas, enfim...

Mas o pior e a responsabilidade de ter que faltar ao "traboi d'gent", pelas razoes obvias.

No domingo fez sol depois do meio dia e a alegria foi geral. Um dia simplesmente lindo mas não vou falar muito disso as fotos falam por si.

Digam-me então se não tenho motivos para ser apaixonada por este lugar??? Para desejar cá viver???

Sim, revi, vivi e revivi tudo o que previa em especial o SP.

Voltarei amanha num acto de aventura, terei que atravessar a ribeira a pé. Vamos ver como vai ser. Santo Antão e assim mesmo, de cada vez me deixa mais apaixonada.

Amanha i will be back to the jungle mas renascida e preparando uma nova fase da minha vida.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

home sweet home

Foto by CRA
amanhã entrarei pelo mar d'canal e darei um salto em casa
um salto at home sweet home
um salto para beijar as faces bem branqinhas da Any
um salto para sentir o cheiro a verde
um salto para ver logo de manhã o fundo da r'bera todo verdinho
um salto para abraçar e ser tímidamente abraçada pela nha madrinha
um salto para brincar com o Nanónd
um salto para sentir nhas gente, nhas mnin
e porque não um salto para rever sweet passion

um salto para renascer

terça-feira, 26 de agosto de 2008

insanity

Algumas das pessoas que visitam o meu blog, mais concretamente amigos, meia dúzia deles, me questionaram acerca do turbilhão de sentimentos que transparece de alguns dos meus posts aqui no nude. Quero e preciso responder que esses sentimentos todos não acontecem no mesmo dia, no mesmo momento, alguns são sentimentos muito antigos, outros mais recentes e outros muito actuais como o é "Tu".
Teria certamente atingido the state of insanity se fosse o contrário.

Cartas de Amor

Meu bem, meu, mel, meu amor,
Esta é literalmente uma carta de amor - não me lembro da última vez que escrevi uma carta de amor - mas esta é definitivamente uma. Quando abri o computador disse para comigo vou declarar-me, vou escrever ao meu amado e contar-lhe da paixão que conseguiu, tão facilmente, despertar em mim.
Sinto-me com medo, pois não quero ser demasiado ridícula, mas já dizia o Fernando Pessoa que todas as cartas de amor são ridículas, então porque não seria a minha igualmente ridícula?
Um dia, num passado muito recente, num momento infinitamente especial, lembro-me de te ter dito que não me sentia assim faziam anos e em nenhum instante, "nem tão pouco mais ou menos", exagerei. O meu actual estado de paixão - chamemo-lo assim porque na verdade não sei mais o que chama-lo - é um estado que não experimento há já cerca de 5 anos (um dia hei de te contar com detalhes). Quando em apenas três dias me deparei com esse sentimento arrebatador, sufocante, e até doloroso, qual droga que agrada e vicia, perdi o chão, o tino... Imagina, logo eu que costumo racionalizar quase tudo na minha vida... É, estava mesmo a acontecer, comigo, Dª razãoJ.
E foi assim, a tua meiguice me amoleceu e fez desabar todas as minhas defesas, a tua voz calma me fez sentir tranquila, o teu sorriso iluminou o meu ser que se encontrava mergulhado, fazia imenso tempo, na escuridão da rotina dessa minha vida pseudo urbana. A tua pele, o toque do teu corpo no meu acordou-o de um coma profundo, voltei a ser plena, fui plena contigo, sou plena contigo, neste momento exclusivamente contigo o consigo ser, de corpo e de alma, porque contigo baixo as defesas, perco os medos, e me devolvo à vida...
Já percebeste??
É isso mesmo, estou querendo dizer, estou querendo gritar bem alto, que estou apaixonada por ti!!!!
É tudo muito ridículo não é?????
Mas isso não é novidade o Pessoa já o tinha dito.
Diga-me apenas o que vou fazer com essa paixão???

rendida...

Blue Nude - Picasso

completamente rendida
sim, rendida a ponto de esquecer a auto-estima, o ego e todo esse blá, blá de auto-valorização, preservação, orgulho, etc, etc...
querias mais era dar-te a ele de qualquer jeito
querias que ele estivesse por perto ainda que tivesses que te tornar muda e surda... uma estátua de pedra
um objecto decorativo, desde que ao seu lado
ainda que te tornasses numa boneca com um eterno sorriso nos lábios
sem protestos, sem desacordos, sem rasmungos, sem quereres
bastava-te quando ele quisesse
bastava-te quando ele decidisse
bastava-te as migalhas que esporadicamente lhe escapavam
tu, faminta, lançavas-te a elas, às migalhas, e era o banquete, naquilo que o teu mundo se tornara de migalhas fazias banquete
e eras feliz
uma estátua de pedra
uma boneca eternamente satisfeita

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Tu

Foto de Marília Campos



Tu que teimas em reaparecer

Passado que teima em presente se tornar
É contra a natureza, não pode ser

E porquê agora?

Agora que somos livres e ao mesmo tempo tão accorrentados por circunstâncias e distâncias

O que fazer quando o passado teima em ganhar nova vida?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Poetisa

Não encontro a poetisa que disseste existir em mim.
Sim, é claro que a procurei, mas não a encontrei.
Onde será que ela anda, neste momento que tanto dela preciso??
Não sei. Mas sei porque ela se escondeu. Aaahhhh se sei, sei pois.
Queria que ela falasse de ti, de nós, do sentimento que existe e que está impregnado em mim.
Ela ficou atemorizada, disse-me que pedia demais.
Não percebi porquê, mas agora já faz sentido.
A poetisa existe para poetizar acerca do que é possível, ela existe para usar, jogar e conjugar as palavras que existem.
Eu pedi-lhe o impossível, o sentimento, o “tu” para mim e o “nós” é de tal forma imenso, profundo, único, que extinguiu a poetisa
Imenso e em demasia profundo para ser poetizado, ultrapassa qualquer comum mortal, todas as ciências, todas as artes, todas as religiões, todas as razões.
Que nasça uma nova poetisa, uma poetisa que venha inventar as palavras capazes de descrever o “tu” para mim, o “nós”, o meu sentimento e o meu estado de espirito por te ter assim tão parte de mim.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

e...

Fui concebida num momento de indecisão, de confusão e sem intenção...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Peace

Foto de Nana Sousa Dias
Abro a porta do quarto dele e me tranco dentro. Não. Recuso me dar por obrigação. Não. Recuso-me a fingir que está tudo muito bem quando está tudo a desmoronar ao nosso redor.
Consigo ouvir o barulho que fazes arrumando as tuas coisas. Consigo ouvir o bater das gavetas quando já conseguiste esvazia-las.
Partes. Pronto. Já está.
Não. Afinal não está.
Voltaste.
Não. Apenas voltaste para buscar as tuas coisas e sais. Em princípio para sempre.
Dói, Dói muito, mas não sei o que me dói, nem onde me dói, nem porquê me dói, apenas dói.
Dor de perda?
Dor de amor?
Dor de mágoa?
Quero-te aqui porque te amo?
Quero-te aqui porque estou apaixonada?
Quero-te aqui porque estou em demasia habituada a tua presença?
Quero-te aqui porquê?

Ambiguidade é a palavra de ordem
O pós “nós” é assim:
Sinto-me tranquila, mas essa tranquilidade é inquietante.
Sinto-me livre, mas i long cativeiro.
Sinto-me em paz...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Afronamim

Vivo sozinha com o meu padóss d’ceu azul, Tiago. O nosso apartamento situa-se na zona conhecida como Ex-Edilter em Chã de Alecrim. Na passada 2ª feira apanhei-o no jardim e caminhamos pachorrentamente pela Avenida Dr. Alberto Leite, e pelo calçadão, na Laginha.
Eram18h15 e a praia estava apinhada de gente, prova clara de que o verão realmente chegou.
Tiago ficou logo entusiasmado e pediu-me pa tmá um banhim.
Em dez minutos já estávamos de volta à Laginha prontos para o tchiluf. Ficamos por lá cerca de uma hora. Foram momentos de pura satisfação para ele. Uma hora de tchilufs, de bolinhos de areia com formato de tartaruga e caranguejo, de rolar na areia, enfim...
De regresso a casa antes de começar as tarefas disse-lhe “mama ti ta bem pô um muskinha sabim” e lá pus a tocar o Afronamim.
Entretanto fui fazendo o que tinha a fazer, banhar-lhe, vertir-lhe, dar-lhe de comer, preparar tudo o que deve ser preparado de véspera quando o dia seguinte é dia de trabalho. Nesse meio tempo o cd terminou e voltei a carregar o play.
Terminadas as tarefas todas era agora hora de me cuidar, de me banhar, relaxar e preparar para cair na cama e no momento que a água fria me tocava a pele vejo a cabecinha dele aparecer por uma fresta da porta da casa de banho e, me olhando, diz “mama a ta bom dess muskinha, agora tcham pô Noddy um gzinha, ouvi?
Só para ser mais clara, lá em casa o leitor de cd é o dvd player uma vez que temos um sistema surround.

Resumo da ópera: estava há muito tempo acupando o dvd player com o Afronamim, ele respeitou, mas pressentindo que seria assim toda a noite, caso não dissesse nada, tratou de me lembrar que ele também tinha a sua vez, afinal também ele tinha encontro marcado com o Noddy nessa noite.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Afronamim

Lá em casa uso o dvd como aparelho de som uma vez que tenho um sistema seround.

Vivo sozinha com o meu precious, meu pasódd d'ceu azul. Ontem fomos dar um tchiluf na Laginha por volta das 18H00 - mais parecia 16H00 - e quando regressamos a casa enquanto me desdobrava dando-lhe banho, ventido-o, dando-o de comer, arrumando a casa, lavando a louça do almoço, preparando a marmita para o almoço do dia seguinte, a lancheira dele, a roupa dele para o jardim no dia seguinte, enfim, é preciso fazer tudo de véspera porque de manhã não lhe apetece sair da cama e por isso levo imenso tempo preparando-o e a mim para sairmos de casa ainda a tempo de o deixar no jardim, de deixar a marmita no Maravilha e chegar às 08H00 no trabalho. Bem, antes de começar isso tudo, disse-lhe "mãe ti ta bem pô um muskinha sabim" e pus a tocar o Afronamim.

Depois de concluídas as mil e uma tarefas de que já falei

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Dimensões

Foto de Marília Campos

Dormi no sofá
Dormi no sofá vendo um filme qualquer
Dormi e sonhei...sonho...contigo...
É uma outra dimensão
Um lugar “déjà vú”
Olho em volta...ah, aí estás tu
olhas para mim e sorris...parece que me esperavas...parece, não sei.
Mas fico por isso e acredito
Canta o rouxinol...aquela melodia
Sopra o mar a brisa que nos afaga a pele
o beija-flôr beija a flor com delicadeza, com meiguice, com doçura, querendo nos dizer que não custa nada...afinal, outra dimensão...sem vigilância, sem julgamentos, sem sanções
Olho para ti e sei que me podes ler
Sem perguntas, sem respostas, sem palavras, falo-te e tu a mim
o meu olhar, o meu respirar, o meu pulsar falam-te e confessam...rompamos as convenções...sim rompamo-las
Aproxima-te, toca-me, beija-me, sinta a minha sede...beija-me...
mas a outra dimensão não se desintegrou, dizes
...ssshhhiiiiiuuuu...não quero saber...quero este momento...quero-te a ti...não me olhes apenas...toca-me que o teu olhar queima-me, toca-me que o meu corpo suplica...sim, assim...lábios quentes, corpo quente, cheiro bom da tua pele, gemidos de ânsia...toca-me, explora-me...sim, quero, quero mais...sim, unir-me a ti...sermos um, uma mente, um sentimento, um só corpo...
Que se passa, que barulho foi aquele????
não, não quero...não deixes que a realidade nos engula novamente, fiquemos nesta dimensão...onde nós somos um...

O filme acabou. Levanto-me e apago a caixa de imagens.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

SP - uma história de amor

Foto de Ornella Emilio

A distância me tortura
O tempo me maltrata
A tua ausência me sufoca

Ainda, quando me deito, sinto o teu cheiro
Quando me banho em água morna pressinto o teu corpo ao alcance da minha mão
Pressinto o cheiro a herbal essences dos teus cabelos
E quase posso sentir-te tocar-me com as tuas mãos macias e com os teu lábios quentes

Nada no mundo tem o alcance do teu beijo, nada mo faz esquecer

Cheiro a chuva, és tu
Tempinho frio e corpo quente para me aquecer, és tu
Vinho tinto com uvas negras, és tu
Lura e “Amor di nha bida”, és tu
Brincar no bosque, és tu
Amor nas nuvens, és tu

Como desejo que o ontem fosse hoje e o amanhã jamais chegasse,

só para me manter presa nos momentos que te amei e me amaste plenamente

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Freedom

Women Running on teh Beach - Picasso


Li há já alguns anos este escrito do Neruda e lembro-me de ter passado dias a fio pensando no que tinha lido.
Sempre que pensava nesta mensagem vinha-me à mente o conceito "liberdade".
Tudo começa com a liberdade, liberdade de pensamento, liberdade de alma, liberdade de expressão, liberdade para sonhar e de correr atrás desses sonhos, liberdade de escolha... Aquela liberdade que nem sempre depende de terceiros, aquela liberdade que vive dentro de nós.
Somente a liberdade nos pode impedir de morrer lentamente.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir do conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
PABLO NERUDA
P.S. Não concordas João?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Nirvana

a beautiful moment of my life

Hoje sou inexplicavelmente apaixonada
Hoje sou estupidamente romântica
Hoje tudo a minha volta ganhou cor
Hoje as flores tomaram o lugar aos cactos espinhosos
Não choveu, mas ainda assim consigo ver o arco-íris
Hoje, o barulho dos carros lá fora é melodia
Hoje o sol brilha psicadélicamente

Tudo porque chegaste
O mágico tirou a paixão da cartola
Porque conheci o sorriso mais sincero
A voz mais bela
O olhar mais transparente
E deixei-me levar pelo jeito ingenuamente tímido

Não corri, não procurei
O mágico simplesmente meteu a mão na cartola e as nossas vidas se cruzaram
Sequer tive consciência
Quando finalmente me encontrei com ela
Era hoje
Irremediavelmente hoje
Eras tu,
Irremediavelmente tu
Era a paixão
Paixão irremediável

Estou sem saída
Não a anseio, renego-a

A minha alma atingiu o nirvana, és o meu nirvana

terça-feira, 1 de julho de 2008

Fora de Foco I

Springtime - Monet

hoje,
a insanidade é miragem
o fardo é pluma
o confuso nem tanto assim

hoje,
outras fronteiras se levantam
minhas, tuas, da implacável força invisível que controla tudo

mas esboça-se, no horizonte da minha alma o springtime


ao menino que ri com os olhos

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um Post para a Mnininha d'Soncent

Não é segredo que os meus blogs favoritos na blogesfera berdiana são o Retalhos (da MS), o Café Margoso (de João Branco) e o Cartas Anónimas (da Lay Lobo) embora esteja agora a descobrir, encantadamente, o Marialibera (da Sú).


Hoje, no passeio habitual pelos meus prazeres favoritos li o desabafo da mnininha de soncent que apesar de estar feliz com o "estado de graça" está a fazer face a momentos verdadeiramente desagradáveis. (sei o que isso é)


MS não quero e nem vou dar "...palpites sobre tudo e sobre nada sem pedires, nem armar-me em xica-esperta como quem já tirou um doutoramento só porque já estive grávida.", apenas quero partilhar algumas coisas e concordar com as tuas reclamações - as mesmas que eu fiz durante toda a minha gravidez.


É belo sim essa coisa de se estar grávida. Especialmente quando dentro de nós sentimos que era o momento e a partir desse feeling avançarmos para a concepção do nosso futuro "tudo" - porque é isso o que eles são, tudo. Toda a nossa vida passa a girar à volta deles, mas essas descobertas vais fazê-las mais lá para frente.

O meu precious foi concebido quando bateu bem forte esse feeling, esse feeling de que o lugar dele dentro de mim pedia para ser preenchido. Passei por tudo o que estás a passar só que eu, relativamente aos enjoos, não havia alívio, jamais terminava na casa de banho, ou seja, eram enjoos sem vómitos, só de lembrar fico arrepiada.

Concordo com a Miranda do "Sex and the City" quando ela diz que não percebe porque é que chamam os enjoos de "morning sickness". Os meus eram 24/24 e 7/7. Mas ainda há mais, o salivar. Era o cão do Pavlov com uma única diferença, não precisava de estímulos. Mas a maior de todas é que passei a gravidez inteirinha, todinha, de boca amarga. Lembro-me ainda que somente na noite do dia que o Tiago nasceu, comi uma pizza e bebi uma coca-cola (às escondidas do pediatra e do nutricionista, é claro) e depois de o fazer reparei, satisfeitíssima, que o gosto amargo desaparecera.

É assim, eu não gosto da condição física de estar grávida. É uma condição que suportei, e poderei eventualmente vir a suportar novamente, apenas pelo resultado.
É mais ou menos querer visitar outros países e não gostar de viajar. E deseja-se que isso aconteça com um piscar de olhos sem passar por aeroportos, aviões, barcos, etc, etc...


Embora existem coisas únicas que acontecem como sentir o bebé a mexer-se dentro de nós, constatar o crescimento dele a cada ecografia (eu tenho as ecografias gravadas em cassete), enfim, existem sempre um lado bom. Mas de uma forma geral estar grávida...

A dica que dou a qualquer grávida de primeira viagem é: dê ouvidos apenas ao teu médico e depois do nascimento apenas a ele e ao pediatra.

Santo Deus, é cada coisa que nos dizem. Eu ficava furiosa, inchada de raiva mesmo.
O meu pequeno nasceu em Agosto e queriam que o mantivesse embrulhado em mantinhas, com gorrinhos, etc, etc. O meu menino desde o primeiro dia usou os ditos "bodeis" sem manga e fralda. Houve vezes que para evitar certos comentários fazia o que essas pessoas achavam correcto, resultado vestia-o demais e o coitadinho ficava todo vermelhão por causa do calor.


Há uma coisa que parece que as pessoas não entendem, nós as mulheres nascemos programadas para sermos mães, independentemente de escolhermos ser ou não durante a vida. Sendo assim está tudo guardado nalgum sítio e no momento que o nosso rebento nasce tudo vem instintivamente, passamos a ser mães e sabemos fazer as coisas por instinto, apenas precisamos ganhar prática. Porque no fundo ser mãe é cuidar e proteger o rebento e para isso não precisamos ter aulas.



Resumindo vale a pena estar grávida e suportar esse estado, vamos dizer, pouco agradável



apenas pelo resultado lindo e maravilhoso que dele advém (porque não é mesmo pêra doce estar-se grávida)











Um abraço especial a MS.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Fora de Foco


subitamente sorri,
um sorriso confuso,

subitamente não me sinto a beira da insanidade
surpreendentemente não atravessei a fronteira

sem pronunciar palavra pediste-me
sem me aperceber concenti
subitamente o fardo ficou mais leve
já não o carrego sozinha

confuso, ainda... amanhã, cofuso? quem saberá...

Good Luck - Vanessa da Mata & Ben Harper

"É só isso, não tem mais jeito, acabau, boa sorte, não tenho o que dizer, são só palavras (...) tudo o que quer me dar é demais, é pesado, não há paz, tudo o que quer de mim irreais espectativas desleais..."


Diz muito...

terça-feira, 24 de junho de 2008

DJAVAN


Como qualquer adolescente eu tive as minhas loucas paixões. Daquelas paixões que "ter" o objecto da paixão é um caso de vida ou morte.
A minha grande paixão de adolescência aconteceu por volta dos meus 15 anos ( Deus meu, passaram-se 16 anos, não vou falar nisso...).
Ele vivia na Praia e eu em Mindelo. Conhecemo-nos numa féria de verão e durante essas férias vivi a minha mais intensa paixão de adolescência. Um amor louco que deu até em ter um neckless com gravação do nome do amado... pode? É adolescência e a sua magia.
Durante essas férias foram vários os passeios de carro com o meu amado, até para ver aviões a aterrar de noite ele me levava (sim menor de idade conduzindo - adolescentes são isso mesmo, inconsequentes), e, inevitavelmente, durante esses passeios a rádio-cassete do carro tocava, tocava "slows", músicas com lirics alusivos ao amor eterno, a dor da perda do amor, enfim essas coisas que todos vocês que têm a minha idade já sabem de cor. Num desses passeios ouvi uma música que jamais esqueci, OCEANO. Sim, OCEANO do Djavan. Fiquei simplesmente deslumbrada com a poesia, com a voz, com a musicalidade de uma forma geral. Nasceu nesse intante, há 16 anos, o meu amor por Djavan.
Na altura só fiquei com a melodia e alguma parte das lirics na cabeça mas investiguei e cheguei no meu amado Djavan. Esse amor não desvaneceu como as paixões de adolescência. Essa manteve-se sólida e a medida que conhecia mais seu trabalho intensificava-se. Continuo amando o Djavan, de coração.

Hoje soube que Djavan vai estar no Festival da Baía das Gatas.
Ainda estou meio incrédula. Não sei dizer exactamente como me estou sentindo. Detesto eventos com grandes multidões, ainda ontem comentava isso com o Dario e hoje me vejo confrontada com esta situação - de ter num evento desses, que tanto detesto, a actuar um dos meus artistas favoritos.
Este ano vou gritar VIVA o Festival.
Este ano vou ao Festival - não me lembro do último em que lá estive - mas, este ano, vou lá estar de certeza. Vou ver e ouvir o meu DJAVAN. Me deliciar com a sua melodia e com a sua linda poesia.

Não consegui encontrar "oceano" completo no youtube por isso aqui vai "te devoro", dedico-a a todos que visitam o nude. Mas dedico-a especialmente ao menino que ri com os olhos.
Um thanks especial para o meu mussin, Alexis, my little brow, que entende dessas andanças pelo youtube melhor do que eu e chegou lá por mim.






sexta-feira, 20 de junho de 2008

Este Verão será Primavera

Sou uma pessoa por natureza excessivamente ansiosa. Por vezes tenho até problemas por não saber gerir aquela ansiedade negativa, tipo "morrê d'véspera". Mas esses dias a ansiedade que me tem invadido é outra, é aquela tipo, friozinho na barriga, sorrisinho nos lábios sem explicação, viagem (nem de avião nem de barco e muito menos de... apenas viagem), enfim um número de sintomas que dão a impressão de estarmos apaixonados. E estou. Estou super apaixonada pelo facto de que a minha irmã e as minhas sobrinhas estarão chegando em Mindelo no dia 01 de Agosto para passarem comigo as férias. Sim, eu sei que ainda falta muito mas, esta ansiedade é "danada de gostosa" como diz o brasileiro.
Essa visita tem muita coisa de especial. Vou estar pela primeira vez com a minha sobrinha Aisha, será a primeira vez que beijarei as bochechinhas dela, será a primeira vez que a abraçarei, que presenciarei seus "abuse", que a verei "ao vivo". O mesmo vai acontecer com a Patty e o Tiago, a primeiro paixão (é uma expressão muito utilizada por protestantes como eu quando nos referimos a primeira fase de uma pessoa que se rende a Deus), eles se estarão a ver "ao vivo e a cores" pela primeira vez.
Mas terá aquela outra parte de me inchar de orgulho. Ver a minha sobrinha, a primeira de todas, uma menina moça. A minha Mandy já uma mnininha.
Quanto a abraçar bem forte a minha mana, a beijá-la centenas de vezes, a deixar livremente caírem as lágrimas (somos duas choronas e saímos a nossa mãe, aquela amazona chamada Lili) é outra conversa mas igualmente, ou um bocadinho mais, gostoso. A perfeição seria se a nossa mãe também viesse mas, não podemos ter toda a felicidade de uma só vez, temos que tê-la aos poucos, só assim lhe damos o valor merecido.
Patty, Mandy e Aisha, eu, Tiago, e Tio Lexis estamos ansiosos a vossa espera.
Mãmã, estarás connosco em coração. Vamos estar pensando e falando de ti a toda a hora, estou certa.(perca, pelo amor de Deus, o medo dos aviões)
Love you all, my precious family.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mãos Dadas

Este ano escolhi a data de 20 de Março para iniciar as minhas férias e havia decidido que essas não seriam umas férias comuns.
No dia em que o calendário marcava 20 de Março de 2008, às 07H30 da manhã estava eu, meu filhote e a minha menina (uma filha que adoptei já com 16 anos de idade) no cais prontos para seguir viagem para Santo Antão.
Na bagagem levava uma grande quantidade de alimentos (arroz, açúcar, leite, massas, enlatados diversos, óleo alimentar, papas, iogurtes, enfim), um “bidon” de roupas, 28 caixas de mosaicos e ainda a promessa de material escolar para as crianças do Pólo Nº 2. Tudo doação de gentes que ainda se importam com outros, que por este ou aquele motivo, encontram-se numa situação menos favorecida. Sim. As minhas férias estavam destinadas ao projecto Mãos Dadas.


As famílias que beneficiaram das cestas básicas

Os alimentos foram distribuídos para 5 famílias (com 10 a 12 membros cada), as roupas foram para as minhas criancinhas e as mosaicos para a reforma do refeitório da Escola Primária Chã Manuel dos Santos, Pólo nº 2.


Esta nenem foi logo fazendo a festa com os iogurtes.



Mas os esforços não renderam apenas esses frutos, conseguimos também a reforma completa da cozinha da mesma escola e, há duas semanas, quando estive lá fui finalmente levar o material escolar para as crianças do Pólo Nº 2, kits para grávidas e muita roupa doada.


Mas há um outro lado do projecto de que ainda não falei. As minhas férias foram tomadas nessa altura por uma razão, eram as férias do 2º trimestre. Pretendia trabalhar com as duas turmas de 6ª classe dessa localidade, e o trabalho que pretendia fazer com os alunos só podia ser feito durante as férias. Levei-lhes o primeiro contacto com a língua inglesa e com a informática com a intenção de lhes dar alguma base visto que no próximo ano estarão seguindo para o secundário.
Durante uma semana tive uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida. Ensinei o básico do inglês e da informática a 30 alunos divididos em duas turmas. Dei aulas durante todas as manhãs, excluindo o domingo.
Não vou falar dos “meus meninos” (se tonaram nisso dentro de mim) as fotos falarão por si.

Estes são os meus meninos


Passei a ser chamada carinhosamente “professora Natasha” e segundo as verdadeiras Professoras as composições de praxe pós férias só deram professora Natasha e as aulas de inglês e informática. Acreditem que vieram-me lágrimas aos olhos quando elas me contavam isso.

Eu, as Professoras e o Gestor do Pólo Nº 2


Ainda ontem um deles me ligava para o móvel só para saber se a professora Natasha estava drêt. Existe coisa mais gratificante?

Uma das várias declarações que me lembrei de registar

Agora terminando este post ligaram-me de Cób d'Rbêra contando que as obras da cozinha da escola já começaram. Estou inchada de satisfação.

De entre o material escolar que lhes levei não haviam compassos, transferidores e esquadros para aqueles que terão desenho no próximo ano no secundário. Regressei a Mindelo com essa preocupação e já consegui esse material. No próximo dia 12 voltarei para assistir a cerimónia de finalistas de 6ª classe e farei a entregarei.

Se soubessem o tamanho da minha satisfação ao ver os olhos espertos e ávidos de saber dessas crianças...

Bem o post já está longo mas não posso deixar de cá fazer agradecimentos mais do que merecidos:

Agradeço a Deus pela existência do lado bom do ser humano e por manter viva em mim a esperança com relação a nós, humanos.

Um agradecimento especial a Fundação Ashby que tem sido um parceiro sem igual, todo o material escolar, os kits para as grávidas e grande parte das roupas foram doações dessa fundação que desde o primeiro momento se fez nossa parceira.

Agradeço a Shell Cabo Verde, a Spencer Construções e Imobiliária, a Conchave e o ITOM.

Agradeço aos empregados da Shell, individualmente, (não direi nomes porque a lista não teria fim) por acreditarem neste projecto, pela vossa bondade e vossas preciosas contribuições.

Especial agradecimento à Sandra Neves (elaborou os manuais do cursinho de inglês)

Desnecessário é agradecer toda a ajuda da minha família de Cób d'Rbêra, Nha Madrinha, Iva, Hélia...

Cada uma dessas pessoas, de mãos dadas, fizeram o projecto Mãos Dadas uma realidade.

Mensagem especial para Any: Tens ainda muito a dar a Mãos Dadas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Thanks Maria



Recebi há momentos o 1º comentário ao meu blog.


Existe qualquer coisa de especial à volta das primeiras vezes, normalmente as primeiras vezes são especiais, ou no mínimo marcantes.

O meu primeiro comentário vem da Maria, não a conheço mas fiquei com vontade de, segue o simples mas encorajador comentário: "muito bom mesmo, continua!"

Quanto ao que escreveu no seu blog, referindo-se ao meu, fiquei sem palavras.
"Li hoje um trecho de um outro blog.
De quem, não sei.
Mas eu estava lá, pela primeira vez revi-me.
passei ao lado, vi de longe questões da condição humana,
virei á esquerda nas sensibilidades femininas e saltei o Stop de todo o dramatismo que dai advém.
Hoje revi-me num jazzy bossanova e nuns pés molhados na laginha
num doce de papaia e sentei-me no Cob d´Rebera com o Caetano a cantarolar...
mulheres criolas.
muita raça.
muito sangue bom."

O blog dela já está entre os meus prazeres, é o menina das flores. (espero que me perdoes a liberdade Maria)

Imagem retirada do menina das flores

Love on the Clouds

Há momentos na vida que, por necessidade ou imposição das circunstâncias, nos vemos completamente virados para dentro de nós. Fazendo auto-analise e contas, revendo as perdas e os ganhos. Eu não fujo à regra e me vejo, de quando em vez, me analisando e fazendo a contabilidade, o balanço desses meus 31 anos de existência. Ontem durante um momento desses me deparei remexendo o baú, e no meio de tantos momentos felizes, tristes, de decepção, ilusões, sonhos, realizações encontrei este momento que fortunately foi registado. Aqui vai.

Por entre florestas com cheiro a pinho
Entre o cansaço e o prazer
Debaixo do Sol de verão
Entre gargalhadas e diálogos
Carinhos, afagos e doçura
Caminhamos Tu e Eu
Minha doce paixão
Por entre as árvores da imensa floresta Leste
Estendidos naquele chão coberto de folhas secas
Tentando captar os raios que o sol astuciosamente faz ultrapassar as copas
Ouvindo o delicioso som do vento passando por entre as folhas e observando os ramos ripostando em jeito de bailado livre e belo,
Amaste-me e eu a ti, estendidos no chão de folhas secas
Transpirados, molhados pela fadiga
Subimos montanhas
Acalentados pela vista preciosa da caldeira verde da Cova e pelo amor partilhado
Subimos montanhas
Por entre tropeções, suor, fraqueza,
Chegamos ao cume
Uma onda de astonishment invadiu-me
Era a primeira vista
E me amaste on the clouds, e eu a ti on the clouds
Literalmente on the clouds
Foto de: Nana Sousa Dias

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Back to Reality


Novamente 2ª feira.

Leio muito o blog da Mnininha de Soncent, um blog chamado Retalhos da Vida, e compartilho muito com ela a aversão as 2ªs feiras, embora o domingo seja um dia meio boring.

A semana passada foi uma semana de correrias. O normal para uma dona de casa, mãe, jovem divorciada, profissional, e mergulhada em imensos projectos.

Um dos meus projectos favoritos é o Mãos Dadas, associação criada para ajudar as crianças na localidade de Cabo da Ribeira, Paúl, Santo Antão.

É, neste momento, além de ser mãe, uma das actividades que mais me dá gozo. Vários são os factores que podem explicar isso mas penso que o que mais pesa é o facto de eu simplesmente amar essa localidade. Já até pensei na possibilidade de ter nascido em Mindelo por engano. rrrsss

Pois é, adoro o Cób d'Rbêra. Nessa localidade reside toda a minha paz interior, nela eu reaprendo a amar a vida, recupero forças para enfrentar as dificuldades, além de que tenho lá uma linda e maravilhosa família.

Há duas semanas, num momento de crise existêncial, fui lá e voltei renascida, como nova, recarreguei as baterias todas com o amor que a minha família de lá me tem.

O desabafo abaixo fala de mim e inevitavelmente da terrinha e das gentes do meu coração.


Sou pela felicidade

Sou pelo amor

Sou pelo pe descalço na Laginha

Sou pelo luar na Avenida (nossa marginal, claro)

Sou pelo friozinho e a chuvinha de Cób d'Rbêra

Sou pelas bolinhas de côco de Nha Madrinha

Sou pelo sol escaldante do Chã Manuel dos Santos

Sou pelo "'ó Natasha" da minha gente na terrinha do meu coração

Sou pelo abraço da Any

Sou pelo "ê mi" que o meu Tiago responde quando pergunto-lhe quem é o amor da mãe

Sou pelo Djavan e pelo Caetano

Sou pelos olhos espertos e vivos do Ailton (foto acima)

Sou pelo doce de papaia da Mã Rita

Sou pelo Jazz e pela Bossa Nova

Sou pelo cinema em casa com direito a pipocas doce ao lado do meu amor

Sou pela tranquilidade

Sou pelo tinto

Sou pela paz

Sou pelo desenvolvimento sustentável

Sou pelo nosso planeta saudável

Sou pela vida


Num próximo post falarei mais do projecto Mãos Dadas.




segunda-feira, 9 de junho de 2008

FDS

Este fim de semana foi para mim, no mínimo, original. Fui sair com a malta do meu irmão mais novo, que tem 24 anos, acabadinhos de fazer.
Foi interessante constatar as diferenças entre as paródias com a minha malta, há 6/7 anos atrás, e as da malta do meu irmão.
-A primeira novidade é o horário do início das actividades, 19H30/20H00. Um espanto quando comparado aos nossos horários de 22H00/23H00.
- A segunda os looks, bem mais descontraídos. Nunca vi. Jeans em shorts e calças, Tshirts simples para os rapazes e blusas simples para as meninas (se tratando de meninas, claro que há sempre algo de sexy nessa simplicidade).
- Depois vem o snooker. Eles se juntam fazem equipas e jogam “ptáda fora” de snooker. Sim, eu joguei, fazendo qualquer um chorar de tanto rir com as minhas pontarias. Mas vejamos o lado positivo das coisas, aprendi as regras, ao menos isso...
- Depois chega a hora da decisão do spot onde se desenrolará a principal actividade da noite. Decidido o spot a actividade é levada ao cabo. O spot, um parque de estacionamento da cidade, ao pé do mar. No local são arrumados os carros (coisa que não existia no meu tempo, os pais não emprestavam por medo ou simplesmente por não terem) de forma a ter-se uma falsa sensação de espaço privado/privacidade, uma ilusão ajudada pelo silêncio e pouca gente a circular àquela hora da madrugada (01H00). Nesse espaço decorre então, noite adentro, a paródia. O aparelho de som dos carros, amplificado por umas colunas exteriores, trazidas para o efeito, traz aos ouvidos de todos os sons que estão “bombando”, todos são DJs, alguns dançam, outros falam, outros bebem, outros namoram, enfim...
É a forma que encontraram para se divertirem. Uma alternativa aos ambientes fechados das discotecas, uma forma de ter um encontro do pessoal próximo, apenas a malta e não um “bói popular”.
Todas essas descobertas na 6ª feira.
No sábado dormi. Acordei para comer e acabei vendo pela enésima vez o filme Notting Hill com a Julia Roberts e a minha paixão, o Hugh Grant. Voltei a dormir até a manhã de domingo.
No domingo acordei, fui à igreja e depois decidi ir almoçar no Caravela, almocei e fiquei para "pô boné" das actividades do Dia dos Oceanos. Foram interessantes as actividades, de notar o concurso de recolha de lixo do fundo do mar durante o qual foram recolhidos cento e tal kilos de lixo do fundo da nossa Laginha.
No final do dia voltei à vida real quando me caiu a ficha de que hoje seria 2ª feira e me vi preparando roupa para o trabalho...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

The First

O primeiro post.
Que escrever?
Apenas que este é um espaço onde vou estar sendo eu, onde vão ser escritas minhas ideias, minhas opiniões, crenças, filosofias, enfim, nude será a minha casa virtual.