Não é segredo que os meus blogs favoritos na blogesfera berdiana são o Retalhos (da MS), o Café Margoso (de João Branco) e o Cartas Anónimas (da Lay Lobo) embora esteja agora a descobrir, encantadamente, o Marialibera (da Sú).
Hoje, no passeio habitual pelos meus prazeres favoritos li o desabafo da mnininha de soncent que apesar de estar feliz com o "estado de graça" está a fazer face a momentos verdadeiramente desagradáveis. (sei o que isso é)
MS não quero e nem vou dar "...palpites sobre tudo e sobre nada sem pedires, nem armar-me em xica-esperta como quem já tirou um doutoramento só porque já estive grávida.", apenas quero partilhar algumas coisas e concordar com as tuas reclamações - as mesmas que eu fiz durante toda a minha gravidez.
É belo sim essa coisa de se estar grávida. Especialmente quando dentro de nós sentimos que era o momento e a partir desse feeling avançarmos para a concepção do nosso futuro "tudo" - porque é isso o que eles são, tudo. Toda a nossa vida passa a girar à volta deles, mas essas descobertas vais fazê-las mais lá para frente.
O meu precious foi concebido quando bateu bem forte esse feeling, esse feeling de que o lugar dele dentro de mim pedia para ser preenchido. Passei por tudo o que estás a passar só que eu, relativamente aos enjoos, não havia alívio, jamais terminava na casa de banho, ou seja, eram enjoos sem vómitos, só de lembrar fico arrepiada.
Concordo com a Miranda do "Sex and the City" quando ela diz que não percebe porque é que chamam os enjoos de "morning sickness". Os meus eram 24/24 e 7/7. Mas ainda há mais, o salivar. Era o cão do Pavlov com uma única diferença, não precisava de estímulos. Mas a maior de todas é que passei a gravidez inteirinha, todinha, de boca amarga. Lembro-me ainda que somente na noite do dia que o Tiago nasceu, comi uma pizza e bebi uma coca-cola (às escondidas do pediatra e do nutricionista, é claro) e depois de o fazer reparei, satisfeitíssima, que o gosto amargo desaparecera.
É assim, eu não gosto da condição física de estar grávida. É uma condição que suportei, e poderei eventualmente vir a suportar novamente, apenas pelo resultado.
É mais ou menos querer visitar outros países e não gostar de viajar. E deseja-se que isso aconteça com um piscar de olhos sem passar por aeroportos, aviões, barcos, etc, etc...
Embora existem coisas únicas que acontecem como sentir o bebé a mexer-se dentro de nós, constatar o crescimento dele a cada ecografia (eu tenho as ecografias gravadas em cassete), enfim, existem sempre um lado bom. Mas de uma forma geral estar grávida...
A dica que dou a qualquer grávida de primeira viagem é: dê ouvidos apenas ao teu médico e depois do nascimento apenas a ele e ao pediatra.
Santo Deus, é cada coisa que nos dizem. Eu ficava furiosa, inchada de raiva mesmo.
O meu pequeno nasceu em Agosto e queriam que o mantivesse embrulhado em mantinhas, com gorrinhos, etc, etc. O meu menino desde o primeiro dia usou os ditos "bodeis" sem manga e fralda. Houve vezes que para evitar certos comentários fazia o que essas pessoas achavam correcto, resultado vestia-o demais e o coitadinho ficava todo vermelhão por causa do calor.
Há uma coisa que parece que as pessoas não entendem, nós as mulheres nascemos programadas para sermos mães, independentemente de escolhermos ser ou não durante a vida. Sendo assim está tudo guardado nalgum sítio e no momento que o nosso rebento nasce tudo vem instintivamente, passamos a ser mães e sabemos fazer as coisas por instinto, apenas precisamos ganhar prática. Porque no fundo ser mãe é cuidar e proteger o rebento e para isso não precisamos ter aulas.
Resumindo vale a pena estar grávida e suportar esse estado, vamos dizer, pouco agradável
apenas pelo resultado lindo e maravilhoso que dele advém (porque não é mesmo pêra doce estar-se grávida)
Um abraço especial a MS.