Meu bem, meu, mel, meu amor,
Esta é literalmente uma carta de amor - não me lembro da última vez que escrevi uma carta de amor - mas esta é definitivamente uma. Quando abri o computador disse para comigo vou declarar-me, vou escrever ao meu amado e contar-lhe da paixão que conseguiu, tão facilmente, despertar em mim.
Sinto-me com medo, pois não quero ser demasiado ridícula, mas já dizia o Fernando Pessoa que todas as cartas de amor são ridículas, então porque não seria a minha igualmente ridícula?
Um dia, num passado muito recente, num momento infinitamente especial, lembro-me de te ter dito que não me sentia assim faziam anos e em nenhum instante, "nem tão pouco mais ou menos", exagerei. O meu actual estado de paixão - chamemo-lo assim porque na verdade não sei mais o que chama-lo - é um estado que não experimento há já cerca de 5 anos (um dia hei de te contar com detalhes). Quando em apenas três dias me deparei com esse sentimento arrebatador, sufocante, e até doloroso, qual droga que agrada e vicia, perdi o chão, o tino... Imagina, logo eu que costumo racionalizar quase tudo na minha vida... É, estava mesmo a acontecer, comigo, Dª razãoJ.
E foi assim, a tua meiguice me amoleceu e fez desabar todas as minhas defesas, a tua voz calma me fez sentir tranquila, o teu sorriso iluminou o meu ser que se encontrava mergulhado, fazia imenso tempo, na escuridão da rotina dessa minha vida pseudo urbana. A tua pele, o toque do teu corpo no meu acordou-o de um coma profundo, voltei a ser plena, fui plena contigo, sou plena contigo, neste momento exclusivamente contigo o consigo ser, de corpo e de alma, porque contigo baixo as defesas, perco os medos, e me devolvo à vida...
Já percebeste??
É isso mesmo, estou querendo dizer, estou querendo gritar bem alto, que estou apaixonada por ti!!!!
É tudo muito ridículo não é?????
Mas isso não é novidade o Pessoa já o tinha dito.
Diga-me apenas o que vou fazer com essa paixão???