
Por esses dias tenho estado muito atenta à Lua, minha amiga e companheira. Há muito que não lhe prestava assim tanta atenção. Por coincidência, lendo a compilação de Ponto & Vírgula - que me foi oferecido pelo meu pai, presente pelos meus 31 anitos - dei com um poema do Jorge Barbosa cujo nome é LUAR, e, óbviamente, fala da lua. Fala da lua sem deixar de estabelecer a inevitável relação entre ela e o amor/amantes.
Essa relação que sempre foi, é e sempre será feita entre a lua e o amor/amantes é algo que não se consegue explicar mas se consegue sentir profundamente.
"O luar caía sobre nós
Escorregava nos teus cabelos lisos
Contornava o teu sorriso feliz
Punha um brilho aguado
Nos teus olhos negros
O luar dava à tua pele morena
A palidez da prata queimada
E deixava a frescura macia
No teu rosto
No teu colo
Nos teus braços nus
O luar ficava nos nossos beijos sem rumor
Nalguma fala que dizíamos
Mas sobretudo ficava
No nosso silêncio
O luar estava dentro das nossas mãos enlaçadas"
Poema de Jorge Barbosa