
Nunca percebi com clareza o problema das mulheres com a idade, melhor, com o avançar da idade.
Conheço aquelas que pararam de a revelar, aquelas que, durante anos a fio, todos os anos completam o mesmo nº de primaveras e até aquelas que fazem uma operação de subtracção antes de a revelarem.
Penso que essa minha incompreensão advém da relação que sempre mantive com a minha idade. Orgulho-me e sempre me orgulhei de dizer a minha idade e, sinceramente, penso que isso não vai mudar, porque no dia que tiver 60 anos vou ter muito orgulho de o dizer e muito orgulho de tudo o que terei para transmitir aos meus filho e netos.
Tudo na vida tem um contraponto. A nossa relação com o tempo não foge a regra. Ele nos tira, mas também nos dá. O tempo nos dá imensas coisas belas tais como a maturidade, a sabedoria e a tolerância (claro que falo de mim, não poderia vir aqui falar dos outros).
Essas qualidades adquiridas com o tempo são dádivas de tamanho valor que pesam mais do que ver a gravidade a funcionar melhor a cada dia, as celulites, as estrias, a dificuldade em perder peso que se acentua com os 30 e todos os blá, blás que fazem as mulheres entrarem em “corporacion dermostéticisses”.
Pessoalmente cada ano me sinto mais mulher – não sei se isso mudará quando chegar o momento da dita “pausa, menopausa”. (imagino que se a menopausa tivesse que se apresentar ela o faria com grande estilo que nem Bond, James Bond.) Sinceramente não sei. Mas até este preciso instante os anos vão passando e vou-me sentindo cada vez mais mulher, sem nenhum pingo de vergonha ou medo de revelar há quanto tempo aqui estou.
Isso tudo a propósito do “tlinta i tlês”. É que dentro de pouco menos de duas semanas estarei chegando a dita “idade de Cristo”. É... estarei apagando 33 velinhas.
Adoro aniversários, o meu então amo de paixão. Nesse dia eu sou criança outra vez, é dia belo e estou sempre feliz da vida esperando as ligações dos meus amados, as mensagens dos amigos mais ligados a essas coisas de datas, e depois de ser mãe o abraço e a coisa linda que é ouvir o meu Bujuku a cantar-me o "parabens a você".
Estão todos convidados a comer um bolo de chocolate daqueles cobertos de brigadeiro e decorado com smarties. Os paranóicos com as calorias que não me apareçam porque nesse dia todos os conta calorias estarão desligados para mim.
Para aqueles que não aparecerem prometo trazer cá pro nude uma foto do bolo.
Imagem: apenaseusempre.blogspot.com