segunda-feira, 30 de novembro de 2009

na marina com Hernani

Durante o espectáculo, mas espectáculo mmmeessssmmmoooo, pensava como é que haveria de descrever aquele momento cá no nude. Ontem pensei, pensei, e não soube e ainda não sei, fluirá.

Essas últimas semanas tirar-me de dentro de casa tem sido praticamente uma missão impossível, que o diga a minha "maninha branquela". Hora e meia antes do horário previsto para o espectáculo ainda não tinha a certeza de que teria ânimo para me levantar do sofá, tomar banho, vestir e andar até a marina (que não fica muito longe da minha casa). Mas no último minuto lá me levantei tomei aquele banho, me vesti e fiquei pronta para ir assistir o Hernani.
O meu Bujuku era suposto ficar em casa mas disse-me que também queria ir ouvir jazz - perguntou-me onde ia e disse-lhe que ia ouvir jazz daí querer também ir ouvir. E lá fomos.
A minha favorita do álbum ouvia-a, ainda, a descer a Avenida Marginal, soube tão bem, caminhando, vendo o mar, sentindo a leve brisa na pele ouvindo aquela melodia tão presente em tantos momentos diferentes da minha vida. Tive logo a certeza de que se tivesse ficado em casa teria me arrependido depois.
Já na marina foi aquele viajar, a minha alma se encheu e vim de lá com aquela sensação de leveza que só a música - boa música - nos dá.

Conclusão: Hernani consegue se superar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

terrinha

Gents,
Fui a terrinha mas desta feita acompanhada pela malta da conchinha.
Foi AWESOME (a única palavra que me ocorre neste momento suficientemente forte e que faça justiça).
O pequeno almoço na cidade do Porto Novo, a viagem pela via antiga (da qual já tinha saudades), as refeições preparadas na lenha pela "Nha Madrinha", as refeições com toda a malta na sala "festa d'óne" da casa da minha madrinha onde sempre lhe vi servir refeições aos turistas, a moreia na Pontinha d'Janela, a descoberta do "vinho doce" no bar do Sandro, o banho de cachoeira - onde ainda corre uma água muito forte (hidro-massagem autêntica só que de graça e feita pelas mãos da própria mãe natureza), a tocatina no bar da Lena...
Bem, isso tudo para não falar do habitual calor com que a minha gente me recebe, aquele "Ó Natasha", que faz ter a sensação de que alguem me passa a mão sobre os cabelos com aquele carinho puro ou aquela sensação de que alguem me está beijando a testa (os dois carinhos de que mais gosto de receber).

Não podia deixar de falar do calor, do carinho, da protecção, da presença, da disponibilidade, numa só palavra, do amor do meu "boo".

As fotos virão. É que são tantas que é imprescindível uma selecção que, certamente, demorará algum tempo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ponto final


Um encontro. Dois jovens. Um quarto, num canto qualquer da cidade. Dentro do quarto rola o sexo. Rola o sexo por um mero instinto, impulso... Deselegante. Vulgar. Sem sal. Sem brilho. Sem poesia. Sem música. Sem ternura. Sem cumplicidade. Vazio.
Dois estranhos enrolados num divã empoeirado num canto qualquer da cidade.

A noite termina quando termina o sexo. Entra a madrugada e o dia efectivamente morre.
Nasce, entretanto, um novo dia mas com aspecto moribundo.

A jovem mulher procura uma farmácia e compra uma pílula do dia seguinte - just in case - é da sina. Engole-a com um pouco de água e vai a sua vida, esperando silenciosamente que esse dia, já moribundo, morra.

O jovem homem vai a sua vida.

Os dois jovens, esses, se cruzarão certamente pelas ruas e esquinas da cidade mas provavelmente não mais se lembrarão um do outro. Afinal, dois estranhos...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

moment of surrender - U2




I tied myself with wire
To let the horses run free
Playing with the fire until the fire played with me
The stone was semi-precious
We were barely conscious
Two souls too smart to be in the realm of certainty
Even on our wedding day
We set ourselves on fire
Oh God, do not deny her
It's not if i believe in love
But if love believes in me
Oh believe in me
At the moment of surrender
I folded to my knees
I did not notice the passers-by
And they did not notice me
I've been in every black hole
At the altar of the dark star
My body's now begging bowl
That's begging to get back, begging to get back
To my heart
To the rhythm of my soul
To the rhythm of my unconsciousness
To the rhythm that yearns
To be be released from control
I was punching in the numbers at the ATM machine
I could see in the reflection
A face staring back at me
At the moment of serrender
Of vision over visibility
i did not notice the passers-by
And they did not notice me
I was speeding on the subway
Through the stations of the cross
Every eye looking every other way
Counting down 'til the pain would stop
At the moment of surrender
Of vision of over visibility
I did not notice the passers-by
And they did not notice me

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

...

Li num blog a seguinte frase:

If you love me let me know, if you don't let me go.

E fez-me pensar em como por vezes somos realmente egoístas, não amamos mas queremos manter a parte que ama sempre amarrada a outra ponta da corda que mantemos bem segura na mão, que nem marionete.
Não quero mas não quero que ninguem tenha.

O egoísmo é realmente inerente a condição humana.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

need to feel free again


"SCREAMING AT THE TOP OF MY VOICE" FOR FREEDOM!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

HELP


Hoje queria fazer-te um pedido, Um pedido simples, Um pedido de ajuda

Preciso da tua ajuda para esvaziar a taça, Para isso urge pousares o teu conta-gotas, urge pingares nem mais uma gota sequer dentro dela

A garrafa de tinto, essa, atira-a para um abismo qualquer

Preciso esvaziar a taça

Alguem precisa dela vazia

my poet


Não sais de mim
Estás irremediavelmente em mim
Porque te tatuaste na minha mente e a imagem não sai
Porque te tatuaste no meu corpo e o cheiro e nem tão pouco o gosto desaparecem
Se prego uma partida à mente eis que o corpo me lembra que estás em mim
Se prego uma partida ao corpo eis que a mente me lembra que estás em mim

Desejei-te fora de mim
Quantas vezes??? Perdi a conta.

Mas, neste momento, sequer sei se não te quero assim em mim.
Sequer sei se não te quero assim, irremediavelmente, em mim

Maldito Wolverine, malditas garras...



Imagem: marta-luis.blogspot.com

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

cegueira


Não sou propriamente uma fã do Saramago. Ofereceram-me em 2001 "A Jangada de Pedra" e confesso que depois de ler 10 páginas não tive ânimo para continuar. Eu sou assim se o livro me toma, me entrego completamente e é aquela ansiedade para chegar ao fim mas se não me toma fecho-o e guardo-o, alguém há de querer lê-lo, quem sabe o meu Bujuku daqui a alguns anos.
Um dos presentes que ganhei agora pelos meus 33 anitos foi o "Ensaio sobre a Cegueira". Confesso que sempre me senti atraída pelo livro e algo me dizia que não era aquele Saramago de escrita tão pesada e difícil como em "A Jangada de Pedra" e não é que o meu palpite estava certo. A palavra que me ocorre quando penso na escrita do Saramago no "Ensaio sobre a Cegueira" é leveza, não que o argumento seja leve, não, de forma alguma, muito pelo contrário, mas a escrita é.
Apenas no quinto capítulo já posso arriscar dizer que o livro caminha para entrar na minha lista de favoritos.

Sou daquelas pessoas que não perde a fé na raça humana, continuo a acreditar no homem, no seu lado bom, nas coisas boas que ele pode fazer e conseguir, nas situações más que pode reverter, etc, malagueta.
Mas uma pequena frase desse livro fez estremecer as minhas certezas em relação a raça humana. Aqui vai:

"É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade."

Será mesmo???

terça-feira, 10 de novembro de 2009

feelings


Certo ou errado associamos sempre os sentimentos ao nosso coração embora estudos cientificos tenham já dado provas de que toda essa coisa de sentimentos, gostar, amar, estar apaixonado se passa no cérebro.
O certo é que não vivemos sem esses sentimentos vindos do coração ou do cérebro.

Emprestaram-me um livro entitulado "Os Melhores Contos Espirituais do Oriente". Confesso que não sou muito virada para essas coisas mas comecei a ler o livro, que não passa de uma compilação de cerca de 450 pequenas histórias e a moral das mesmas, e gostei.

Uma dessas histórias bateu-me particularmente e vou aqui transcrever apenas a moral dela:

"Quando tivermos superado as nossas carências emocionais e os nossos vazios de solidão e estivermos completos em nós mesmos, não criaremos laços de dependência, e poderemos desfrutar intensamente da relação de afecto sem estarmos subjugados e, ao mesmo tempo, sentindo-nos equilibrados e em harmonia."

Esse ensinamento carregado de sabedoria me bateu fundo e passou a ser, para mim, um estado de alma a se lutar para se conseguir. Quem sabe um dia consiga amar, gostar, apaixonar sem ter a sensação de que as garras do Wolverine estão a atravessar o meu pequeno coração.


Imagem: giiblog.wordpress.com

tlinta i tlês - prometido é devido


No dia 04 de Novembro, dia do meu 33º aniversário, estive doente (não era dengue) daí que não pude festejar e nem sequer houve bolo e parabens mas no dia 06/11 sacudi-me e fiz um "get together" com os meus mais íntimos e queridos.
O Bujuku esteve eufórico, durante os preparativos e pela noite dentro. Cantou-me aquele "parabens a você" que nenhuma orquestra e nenhuma das minhas divas poderia cantar melhor. Foi o sr. e o dono dos presentes que ganhei, abria-os todos com aquela alegria de quem abre os próprios presentes de aniversário, até que foi obrigado a ir pra cama.
Foi um verdadeiro momento de relax, Katie Melua, Jill Scott, Ayo, Diana Krall, abraçaram-nos durante toda a noite com as suas lindas vozes e melodias. Foi um momento em que até nos esquecemos da dengue.
E uma vez que o prometido é devido, segue a foto do bolo, feito pela minha maninha branquela, Any, e decorado por mim, Any e Nakita.
Não ficou uma fofura??

P.S. Every now and then dava com o Bujuku a "txocar" um dos smarties no bolo, foi uma luta para que esse se mantivesse decorado até o momento do apagar das velas.

Foi uma noite bonita.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

amor


Pode parecer estranho vir hoje aqui falar de amor quando o momento nacional é de tensão, pânico, medo... Mas é nesses momentos que experimentamos com maior intensidade esse sentimento que alguém decidiu chamar de amor.
O amor toma a forma de preocupação, preocupação exacerbada com relação aos que mais amamos.
Na cidade capital vivem o meu pai, o meu little brow, e os "kodês" (até o momento, rs) do meu pai, o Gui e a Txutxu, isso para não entrar em detalhes e vir agora falar das dezenas de amigos e conhecidos, personagens da minha adolescência e dos tempos do LDR.
Não sei se felizmente ou infelizmente mas já não vivo na cidade capital do país, mudei-me para a cidade capital Cultural (sem querer "pxcá insult" a ninguém). As estatísticas indicam uma menor incidência da dengue na minha cidade mas, sendo mãe, esse facto não faz com que o meu coração não se sinta apertado, apertadíssimo.

Durante o dia dedicado ao combate estive doente e de baixa médica - doente mas não de dengue - pelo que não pude participar em actividades fora da minha casa mas dentro dela já tinha começado o combate, digo dentro da minha casa mas no fundo quero dizer dentro do meu prédio. Cada um de nós fizemos a nossa parte porque sabemos que se não o fizermos estaremos todos em risco.
Tapei convenientemente o meu tanque, eliminei todas as plantas da minha casa (radical? - pode até ser), coloquei de forma improvisada redes nas principais janelas, participei na organização e arrumação do terraço do nosso prédio, deixando tudo o que pode servir para acumulação de água das chuvas de boca para baixo ou devidamente tapado, "flitamos" toda a caixa de escada, enfim...

Hoje, saindo de baixa médica, fazendo a ronda pelos blogs e jornais on line, li pelo menos três vezes em três blogs/jornais diferentes as verdades e mentiras sobre a dengue: confesso que fiquei mais confusa. Fiquei sem saber se a aplicação do repelente que tenho feito ao meu Bujuku com regularidade, da sola dos pés à pontinha das orelhas surte ou não algum efeito. Fiquei sem saber se devo passar a vestir manga comprida durante os dias e fiquei sem saber se o mosquito morde no inicio das manhãs e fins da tarde como me havia sido informado anteriormente ou se efectivamente ele morde ao longo do dia. Enfim, algumas, boas, interrogações surgiram.

Mas uma certeza tenho, continuarei a "besuntar" o meu filhote de repelente; continuarei a "flitar" todos os cantos da minha casa todos os dias; continuarei a usar o repelente eléctrico todos os dias; continuarei a não ter plantas nenhumas na minha casa; continuarei a fazer "defumador" com ervas todos os dias; continuarei a manter as janelas fechadas e a usar a ventoinha; e o Bujuku passará a usar meias brancas todos os dias, isso porque li algures que a cor branca afugenta o mosquito, e passará a praticar karate com meias brancas e não descalço como tem vindo a ser hábito.

Resumindo neste momento sou literalmente uma mãe em desatino com o mosquito da dengue.



Imagem: brilhocolorido.blogspot.com